quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

MHUD

 www.humanosdireitos.org

O Movimento Humanos Direitos (MHuD), tem desenvolvido uma série de atividades em prol da paz e dos direitos humanos. Ele tem um olhar especialmente voltado para os problemas do trabalho escravo, dos abusos praticados contra crianças e adolescentes, as questões dos quilombolas, do meio ambiente e dos povos indígenas

Filosofia

Para cumprir seu propósito, o Movimento Humanos Direitos atua por meio de execução direta de projetos, programas ou planos de ações.
A administração da entidade é feita através do presidente, do vice-presidente, do diretor-financeiro, do primeiro e segundo secretários, do conselho fiscal e do conselho consultivo. E o seu funcionamento é regido por decisões em colegiado, tomadas em reuniões semanais.
O Movimento Humanos Direitos quer contribuir com a sociedade, cooperando com outras organizações já existentes para ampliar a visibilidade sobre os crimes cometidos contra os direitos humanos no Brasil e no mundo. É nosso propósito atuar na divulgação das causas sociais, participando de debates e atos públicos.
O Movimento acredita que só o envolvimento popular, a reflexão, o diálogo e o debate, podem promover mudanças para o aprimoramento de uma consciência cidadã.


Metas

O Movimento Humano Direitos (MHuD) decidiu por quatro ações prioritárias. Apoiar e implementar ações:
  • pela erradicação do trabalho escravo;
  • pela erradicação da exploração sexual infantil;
  • em favor da demarcação das terras indígenas e das áreas dos quilombolas;
  • em favor de ações socio-ambientais.





  • História
    A entidade foi fundada após um e-mail que o ator Marcos Winter, em 5 de dezembro de 2002, enviou ao padre Ricardo Rezende Figueira. Nele, Marcos, considerava que todo artista tinha uma responsabilidade social. E perguntava se não seria interessante criar uma “associação” de artistas que se envolveriam com o tema dos direitos humanos. Os artistas ofereceriam sua visibilidade na mídia em favor de pessoas e instituições que abraçassem causa justas. Dessa forma, eles fariam denúncias de violações aos direitos humanos como o trabalho escravo contemporâneo. Buscariam apoiar causas, a partir de informações seguras, que pudessem ser acompanhadas por grupos locais.
    E a ideia ganhou corpo. Em janeiro de 2003 foram realizadas as primeiras reuniões do Movimento Humanos Direitos, conhecido como MHuD.
    Em 2003, na primeira reunião do MHuD, foi recordada a participação de artistas em causas do sul do Pará desde 1991. Uma das primeiras partiu do cantor Djavan, que com Chico Buarque, Caetano Veloso, Flávio Venturini, Wagner Tisso, Lobão e outros fizeram gratuitamente um espetáculo no Circo Voador, em prol da luta contra a impunidade no campo, especialmente no Sul do Pará. O espetáculo se chamou Rio Maria Canto da Terra. Ao Pará, desde então, foram diversas vezes para expressar o desejo de restabelecer a justiça no campo, os atores e atrizes Paulo Betti, Letícia Sabatella, Ângelo Antônio, Sérgio Mamberte Cristina Pereira, Marcos Winter, Leonardo Vieira, Camila Pitanga, Giácomo, Carla Marins, Otto Ferreira, Carla Marrins.  colocariam sua visibilidade à disposição de algumas causas sociais e nesse sentido viajariam pelo país.
    Nas palavras do padre, estes são os crimes que ainda proliferam no Brasil:

    O da desigualdade social, que provoca na sociedade uma situação peculiar. Algumas pessoas são tratadas como se fossem mais cidadãs que outras; tivessem mais direitos que outras. Uns têm direito ao trabalho, à terra, à saúde, à educação; outros são colocados à margem dos direitos mais elementares. Em alguns casos, as pessoas perdem mesmo o direito de vender a própria força de trabalho, provocando aquilo que é reconhecido como trabalho escravo contemporâneo, ou trabalho escravo por dívida. Outra razão é a ineficiência da polícia em apurar os crimes, a lentidão do sistema judiciário para julgar, condenar e punir os responsáveis. E, como afirmava um dos maiores juristas do país: “A justiça lenta não é justiça”.

     
    O Movimento Humanos Direitos atua da seguinte forma: apoia mobilizações por  mudanças nas políticas públicas; produz vinhetas informativas para a televisão; participa de julgamentos; visita regiões onde há pessoas ameaçadas e violências, assim como as vítimas e seus parentes; discute projetos; faz parcerias. E instituiu um prêmio, o João Canuto, que é outorgado a pessoas ou instituições que mais se destacaram no ano por alguma causa necessária.
    Entre as questões mais recentes, nas quais o Movimento se envolveu, está um caso de violência sexual contra menores na cidade de Sapé, Estado da Paraíba, em que o movimento pronunciou seu apoio à Promotora de Justiça do município, que está sendo ameaçada de morte.
    Outra campanha atual da entidade é o repúdio à construção da barragem de Estreito, na divisa entre o Maranhão e o Tocantins. O empreendimento, que já está em fase de início das obras, alagará uma área de quatrocentos quilômetros quadrados. Além disso, afetará doze municípios e três terras indígenas, desalojando cerca de vinte mil pessoas.
    O grupo se mobiiza atualmente para aprovar a Emenda Constitucional 438, que trata da expropriação de terras usadas para trabalho escravo. Eles estiveram em Brasília, pressionando o Senado para a aprovação do projeto, que se encontra travado. Tentaram também, sem sucesso, paralisar o andamento do projeto de transposição do rio São Francisco, considerado por eles um benefício apenas para latifundiários do Nordeste.
    Para ser filiado, é necessário abraçar a causa, ser indicado por algum dos componentes do movimento e ser aprovado pelos demais em uma de suas reuniões. Conheça osPARTICIPANTES e DIRETORES.
    Desde 2004 o MHuD promove o Fórum dos Direitos Humanos, onde outorga o Prêmio João Canuto para pessoas e instituições que se destacam nas diversas frentes dos Direitos Humanos.
      

      Quem foi João Canuto
    Após várias ameaças de morte, o dirigente sindical, João Canuto, foi assassinado com 18 tiros, no dia 18 de dezembro de 1985. Ele era perseguido principalmente por sua luta pela reforma agrária. O crime foi planejado por um grupo de fazendeiros do sul do Pará, entre eles Adilson Carvalho Laranjeira, fazendeiro e prefeito de Rio Maria na ocasião do assassinato, e Vantuir Gonçalves de Paula. O inquérito foi concluído oito anos após a ocorrência do crime. A denúncia foi feita pelo Ministério Público apenas em 1996. Um ano depois, sob ameaça da Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos) de condenar o governo brasileiro pela demora na apuração dos fatos, o andamento do processo foi agilizado. Em 1999, o Brasil foi condenado pela Comissão Interamericana devido à lentidão na apuração do caso. Sob pressão de organizações de direitos humanos, em 2001, os dois acusados foram pronunciados como mandantes do assassinato.

    Vale ressaltar, entretanto, que a perseguição e violência contra os trabalhadores rurais continuam na região. Cinco anos após a morte de Canuto três de seus filhos, Orlando, José e Paulo, foram seqüestrados e dois deles foram assassinados. Orlando sobreviveu, mas ficou gravemente ferido. Expedito Ribeiro, sucessor de Canuto na presidência do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, foi assassinado em 2 de fevereiro de 1991. Um mês depois, Carlos Cabral, sucessor de Ribeiro e genro de Canuto, foi ferido num atentado a bala.



    http://www.youtube.com/watch?v=jWOsPReI880

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